domingo, 6 de novembro de 2011

Noel X Beady Eye


Não existe nada mais chinfrim – mais até que esta própria definição – do que dois irmãos do roquenrol rasgando seda publicamente. A prática não vende tablóide, tampouco tira leite de disco e até os dois filhos de Francisco, entre outros vaqueiros do asfalto, já tiraram seus chapéus para a moda inglesa de Noel e Liam Gallagher.

Se o fim do Oasis se deu por causa de uma laringite de Liam ou por este arremessar um violão na cabeça do primogênito ou ainda por Noel se negar vestir a camisa da grife do irmão... eles que lavem essa roupa em Manchester.

Agora, que o barulho feito pelo líder do Beady Eye atraiu mais holofotes do que o seu “Different Gear, Still Speeding”, nisso a gente mete a colher.

A julgar pelo comportamento de Liam, Noel deve ter sido mesmo um irmão muito, mas muito mau, daqueles que trancam o mais novo no quarto escuro e, pior do que mexer em seu estoque de bolachas, tomam o único pacote de talento pra si.

Mas parece que nada botou mais medo em Liam do que o anúncio do tão esperado “Noel Gallagher's High Flying Birds”, álbum de estreia de seu algoz. E, talvez, a prova esteja aí, num dos últimos capítulos desse folhetim. Liam insiste em juntar-se ao Gallagher talentoso, para celebração dos vinte anos do cultuado “(What´s The Story) Morning Glory”, que acontece em 2015.

Será que Liam já começa a se dar conta...? Ou a guitarra de Noel precisa mesmo da pandeirola do irmão para dar liga, como Liam já vem dizendo por aí? Não percam o próximo capítulo.

Estou tocando o solo do Noel pela terceira vez, enquanto preparo sua sentença. Antes, passei pelo Beady Eye, que já não escutava há tempos, desde que caiu na rede, lá pra fevereiro, se bem me lembro. É inevitável essa comparação.

Na época de lançamento do “Different Gear...”, levei alguns dias pra me curar da preguiça que o álbum causou na primeira audição. Depois, com o passar do tempo, até me acostumei e tuitei o seguinte: “@iobaf (...) descobri como curtir o Beady Eye. Deixe o 'disco' no repeat. Lá pela terceeeira/quaaarta volta, o álbum fica... legal. (Y)”

Ok, também não sou muito fã do extinto Oasis, confesso. Mas sempre reconheci o tino de Noel para compor, além de sua qualidade vocal, ironicamente, superior a do principal vocalista (e tenho dito).

Parte dessa minha indiferença é porque lá no auge da banda eu estava envolvido com gente da pesada, do metal; o restante, eu dedico à arrogância dos irmãos Gallagher. Afinal, Noel, também, não é nenhum anjo, apesar de tornar evidente a sua tentativa de ganhar asas no primeiro trabalho.

E “Noel Gallagher's High Flying Birds” bem que voa... Mas voa baixo. No entanto, está a muitos pés do caçula, que ainda brinca de ser John Lennon.

(To be continued...)

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